há uma distinção entre dois eus,
o eu que vivencia a experiência e
o eu que se lembra,
os quais não partilham os mesmos interesses.
Por exemplo, podemos expor as pessoas a duas experiências dolorosas.
Uma dessas experiências é estritamente pior do que a outra, porque é mais duradoura.
Mas a formação automática de lembranças
— característica do Sistema 1 —
tem suas regras, que podemos explorar de modo que o pior episódio deixe uma lembrança melhor [mais forte].
Quando as pessoas posteriormente escolhem que episódio repetir, são, naturalmente, guiadas
pelo eu recordativo e se expõem (seu eu experiencial) a
uma dor desnecessária.
A distinção entre os dois eus é aplicada à medição de bem-estar, onde descobrimos mais uma vez que o que torna o eu experiencial feliz não é exatamente a mesma coisa que satisfaz o eu da lembrança.
Como dois eus dentro de um único corpo podem perseguir a felicidade suscita algumas questões difíceis, tanto para os indivíduos como para as sociedades que veem o bem-estar da população como um objetivo das políticas públicas.
[REDDFDP Daniel Kahneman P.69]
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