As emoções se originam como uma excitação física com o intuito de
captar a nossa atenção e fazer que notemos algo ao nosso redor.
Começam como reações químicas e sensações que precisamos traduzir em palavras
para tentar entender.
Contudo, tendo em vista que são processadas numa parte diferente do cérebro em relação à linguagem e ao pensamento, essa tradução muitas vezes é vaga e imprecisa.
...imaginemos que estamos mesmo com raiva da pessoa Z.
Entretanto, a raiva está assentada dentro de nós,
causada por alguém do nosso passado que nos magoou de maneira profunda,
talvez um dos nossos pais.
Nós direcionamos a raiva a Z porque este nos lembra dessa outra pessoa.
...Em outras palavras, não temos acesso consciente às origens das nossas emoções e aos ânimos que estas geram. Uma vez que os sentimos,
tudo que podemos fazer é tentar decifrá-los, traduzindo-os em linguagem.
Contudo, o mais comum é que nos enganemos.
...As emoções evoluíram por um motivo diferente da cognição.
Essas duas formas de relacionamento com o mundo não estão conectadas de maneira
homogênea em nosso cérebro.
Para os animais, livres do fardo da necessidade de traduzir sensações físicas em linguagem abstrata,
as emoções funcionam sem percalços, como deveriam.
Para nós, a divisão entre as nossas emoções e a nossa cognição é uma fonte de fricção interna
constante, abrangendo um segundo Eu Emocional dentro de nós que opera independentemente da nossa vontade.
Os animais sentem medo por pouco tempo;
depois ele desaparece.
Nós nos atemos aos nossos temores,
intensificando-os e fazendo-os durar muito além do momento do perigo,
até o ponto de sentirmos ansiedade constante.
[ALDNH P. 52 Greene]
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